terça-feira, 1 de julho de 2008

Pazenda


computadores fazem arte, pessoas fazem parte
"bem que minha mãe falou que eu devia mexer era com vaca"
vista cansada, sedentarismo, enxaquecas e pane no sistema nervoso
contra tranqüilidade, harmonia, paz e músicas da natureza
acordar cedo, tomar leite no curral, arar a terra, plantar
almoçar frango caipira, descansar na rede, tomar água da bica
correr pelo pomar, comer laranja do pé, pescar no fim de tarde
talhar um graveto, mascar capim, pontear a viola ao pôr do sol
beijar as folhas, varrer o terreiro, conversar com as plantas
escrever poesias escorado na sucupira, acender fogueira
contar estórias de terror, cozinhar no fogão de lenha
tomar uma amarelinha, picar fumo de rolo, andar descalço na terra
pular do trapiche, ligar a lamparina, catar louro no pasto
deitar na grama, sujar as mão de terra, nadar nu à noite
olhar as estrelas, ouvir os pássaros, reformar a cerca
marretar o moirão, coar café no bule, bater manteiga do leite
arrear cavalo brabo, viver...
e ainda tem gente que diz que a vida no campo é tediosa
.

Sem Título


Não é sem tempo, não é imagem
são demais os perigos da vida
sonhos impossíveis talhados
pela possibilidade de acontecer
acabarás com o brilho intenso
em seus olhos...
não olharei mais
desespero
afinal nada posso esperar

.