segunda-feira, 12 de março de 2012

Vinte e três e vinte cinco

As notas dos meus sonhos ja não são as mesmas
se confundem com amareladas ondas
de sol que reverberam pela manhã
sua doce voz no quintal da minha mente
vem me falar quase em sussurro que é pra dar um jeito

se afasta a cada suspiro, a cada gole de futuro
o vermelho esmalte de uma noite incompleta
instigante em seu próprio ponto de vista
porém vaga no que se pode esperar do horizonte

como uma agulha rodando no final do disco,
sua imagem insistente invade a tela,
sua sombra entorna no chão do meu quarto
e evapora lentamente a medida que me desperto

cacos de lembranças se misturam aos vidros de sangue
e as dores de suor sobem junto ao vapor da noite
as marcas ainda estão lá, em cada lugar,
como se não fossem mais sair
do vermelho esmalte, refletido em meus olhos